Resenha || Te Vejo na Final

Escrito por Miaka Freitas - terça-feira, junho 25, 2024

Escândalo. Polêmicas e uma fome por bola. 

 "Homofobico, racista, misógino e etarista. Um viva para o esporte mais famoso do mundo!"

Nunca achei que ia gostar tanto de ler sobre futebol (e conhecer um pouco mais sobre o esporte no processo). Aqui temos a história de Edinho Meteoro, um craque no futebol brasileiro, mas que por jogar justamente o símbolo do país, é duramente criticado e deixado a própria sorte quando é arrancado do armário a força. 

Edinho é envolvente, e muito carismático (e até inocente na maioria das vezes). Ele é o típico mocinho de novelas. Adoro. Mas no começo, achei meio chato, pois ele era muito duro consigo mesmo. Mas o livro abriu minha mente para a trilha de autodescoberta que Edinho teve. E isso ganhou muitos pontos comigo. 

"A dificuldade estava em amar a si mesmo. Ele sempre teve uma leve tendência a olhar para os outros com lentes muito mais suaves do que as que usava para si mesmo." 

O livro trás muito sobre autodescoberta e amor próprio, algo que muita gente ainda deixa para segundo plano, algo que devia ser intrinsecamente nosso. Amor próprio é algo que todos deveriam cultivar. Acredito que até para amar o outro, tem que amar primeiro a si mesmo. E Edinho entende isso no decorrer do livro. 

Um menino que cresceu com um pai Homofobico, uma sociedade cisheteronormativa que não tolera a diversidade principalmente no futebol, um dos esportes mais machistas do mundo, era muito difícil ele realmente se aceitar e sair das amarras que impusseram a ele (e ele mesmo impôs algumas para ser "aceito"). 

É triste de se pensar que, em pleno 2024 (ou 2026, quando se passa o livro) a pessoa tem que se reafirmar o que é, se "assumir" para uma sociedade e sofrer com isso. É triste que ainda temos que bater muito nessa tecla. A reflexão que o autor trás por traz desse romance, é de um apelo para que, algo que fora criado para unir o mundo, não seja usado para segregar mais ainda ele. O esporte foi usado por muito tempo para unir nações — e não falamos apenas do futebol. Mas a cada dia, as coisas estão sendo mais radicalizadas, e é triste saber que estamos regredindo em várias coisas como sociedade.

Edinho tem muito a nos ensinar neste livro. E não é apenas sobre romance e futebol, mas é enxergar toda essa diversidade LGBTQIAP+ e a respeitá-los. Esse livro mostra todo o cuidado do autor em nos contextualizar com histórias tanto do esporte mais amado do Brasil, quanto da comunidade queer. É mais que um romance água com açúcar, mas um livro para refletir sobre muitas coisas. 

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