Crítica || Maria e João — O Conto das Bruxas

Escrito por Miaka Freitas - quarta-feira, fevereiro 26, 2020

Esse filme é uma coisa sem nexo. 

Maria e João são 2 irmãos que saem de casa após a morte do pai pela peste e a mãe surtar e expulsá-los. 


Maria parece ser uma menina forte e poderosa, uma garota que mudaria contra o patriarcado. Mulheres assim eram consideradas bruxas nessa época, perseguidas e mortas. O filme seria bem legal se seguisse mais essa linha de raciocínio. Eles até tentam na real — com a bruxa ensinando a jovem várias coisas como plantas medicinais até xadrez. Mas fica algo muito subjetivo, só numa interpretação das entrelinhas. 

Falando em interpretar as entrelinhas, há aqui uma confusão de informações nesse filme que deixa o telespectador confuso ao montar a história do filme. Eu simplesmente fiquei parte da sessão me perguntando o que eu devia está entendendo com aquela cena e se eu tinha capacidade de entender aquele filme. Divulguei com imaginação longe procurando todo conhecimento e bagagem bibliográfica que eu podia ter para preencher as lacunas do filme. Posso até dizer que me senti um tanto burra em algumas partes confusas até eu perceber que o defeito era o filme é não eu. 

Um ponto positivo desse filme foi o gráfico. Toda estética desse filme é espetacular. Deixa a atmosfera do filme densa e sombria, eles souberam deixar o filme bem palpável. 

Parece que o que eles investiram tanto graficamente no filme, esqueceram no roteiro. 

Parando para pensar, agora que a raiva passou, o filme precisava só de alguns ajustes na narrativa para ficar melhor para o publico. 

Ele não dá muito material para ser classificado como um filme cabeça. Ele tem ótimas referências sobre bruxas, por exemplo, o quão mulheres inteligentes eram vistas como ameaça aos homens, a.bruxa que é a curandeira com ervas medicinais e até o bálsamo que era usados para o "Vôo da Bruxa". Mas só fica até aí — nas provocações da velha para com Maria. 

Há uma história contada no início do filme que funciona como uma fábula e ensina basicamente a desconfiar quando a esmola é grande. E essa história é meio como motiz da Maria (até certo ponto). Já podia ser apenas uma fábula sem conexão com a bruxa que encontraram na floresta, mas o diretor inventa mais coisa para conectar (ou tentar) melhor a história — e acho isso desnecessário. 

Há informações que são desnecessárias para o filme e que depois nem fazem sentido pro resto da narrativa como a menção do povo da floresta que o caçador menciona para as crianças. É algo que acontece só para levar as crianças novamente para a floresta — algo que nem precisava, pois quando saíram fugindo da mãe eles já foram para a Floresta. 

O roteiro realmente não é o forte desse filme é muita coisa deixa a desejar. A fotografia é o único ponto forte e positivo. A narrativa é superficial e nao trás nada a acrescentar ou conectar com o filme. Tinha potencial para der algo a mais se tivesse tido alguém que realmente conhecesse com o contar uma narrativa. 

O final deixa o público com o sentimento que deixa o filme incompleto e fica a sensação desagradável e desconfortável de não ter entendido muita coisa. Lembro que saíram da minha sessão com um silêncio pesado, e bem desanimado. As pessoas devem ter odiado o filme, pois para que ver algo bonito sem uma narrativa para prender sua atenção? 

  • Compartilhe:

Você poderá gostar também

0 recados

Seu comentário é muito importante para o crescimento, amadurecimento e manter a qualidade do blog.
Todos os comentários serão respondidos, então marque as notificações!
Deixe seu link no comentário, terei o prazer de retribuir a visita.
Segui. Segue de volta? Se eu gostar, seguirei com prazer!
Beijinhos da Miaka-chan =*