[Resenha] Minha Querida Chefe (+18)

Escrito por Miaka Freitas - segunda-feira, julho 13, 2015

*Resenha publicada primeiramente no blog As Leituras da Mila, onde sou colunista. E-book cedido em parceria com as Leituras da Mila. Algumas partes dessa resenha foram modificadas e acrescentadas por ter notas e detalhes que quis incluir posteriormente (e por minha melhor liberdade de expressão - risos).

Esse foi meu primeiro contato com a Editora Angel, mas não o primeiro contato com o gênero. De romance SM leve como Cinquenta Tons de Cinza, a livro mais detalhado do universo como Eu, Dommenique, até chegar naqueles inúmeros romances de banca de jornal, já li algumas narrativas do gênero. Mas, nunca foi uma leitura para ter que resenhar depois, no máximo, comentava com minha melhor amiga que curtia ler tais histórias também.

MINHA QUERIDA CHEFE 
Mary Oliveira
Ano: 2015
Páginas: 240

Editora: Angel
Qual foi a minha surpresa em pegar um livro do gênero  e poder enfim explanar todo esse conhecimento (que mesmo ainda sendo pouco) eu pude acumular em minhas poucas experiências com esse tipo de leitura? Não quero encher linguiça explicando isso para vocês, leitores, mas é que, abrindo essa intimidade com vocês, já sabem que assim como para muitos é uma surpresa chegar a me ver comentando isso, será uma "primeira vez" para mim falar abertamente de algo que eu gosto de fazer entre as paredes do meu quarto (risos). Deixando as piadinhas de lado, vamos para os finalmente, porque chega dessas preliminares.

Uma parte negativa da história, é que logo no inicio você já leva o choque de ter um homem narrando seu lado de vista. E mesmo que é sabido que homem não é delicado em suas expressões, conversas e, principalmente, seus pensamentos, a autora deixa sua narrativa baixa, pobre, depreciando sua obra. Sabe a pequena diferença entre um pornô e um erótico? O pornô não tem preocupação com a história, até porque esse não é o foco do conteúdo, ele tem palavras de baixo calão, pobre e por isso muitas mulheres não se identifica. Por outro lado, o erótico tem sua magia de sedução, seu encanto por poder, para um lado seduzir o outro. Uma história superficial, apenas com provocativas pobres, sem muito desenvolvimento de personagem, principalmente o desenvolvimento da chefe, o objeto de desejo do nosso protagonista, o Ian.

Aqui chegamos em outro fator de estranhamento no inicio da narrativa, o Ian vê sua chefe, a Corinne como apenas um objeto. Vale frisar, que é uma atração carnal e banalizada nos pensamentos de Ian. Um romance que em primeira vista é para o publico feminino que lê o gênero, isso é de causar até certa repulsa no inicio do livro. Algo que no decorrer de umas 20 a 30 páginas, dá uma suavizada e a autora começa a trabalhar de maneira melhor o desenvolvimento da Corinne.

Mas de negativas sobre o livro, fica apenas no inicio. Posteriormente a autora conseguiu trabalhar mais o desenvolvimento dos personagens, principalmente a personalidade instável de Corinne e as dúvidas  e incertezas de sentimentos do Ian.

O desenvolvimento sentimental e essa descoberta e aceitação das emoções que ambos sentem faz com que fiquemos bem próximos aos protagonistas, refletindo,pensando e torcendo para a ficha cair.
Vale resaltar o ditado que "dois bicudos não se beijam", já que ambos me fazem lembrar o autoritarismo e a obsessão por controle e poder do Christian Grey (Cinquenta Tons de Cinza) e esse gênio forte de ambos é o que dá o gosto de quero mais. A impressão do inicio do livro, a falta de requintes da sedução e narrativa de um certo modo banalizada vai aos poucos sendo substituídos pelo jogo da sedução e descoberta de ambos.

********************* CONSIDERAÇÕES FINAIS *********************
*Cuidado, aqui podemos ter ainda mais spoilers da narrativa.

"Um motorista que dirigia em alta velocidade bateu contra um carro estacionado e este a pegou de surpresa. O casal que a trouxe disse que ela foi atropelada e por muito pouco o carro em movimento não a pegou também. A Srta. Jackson estava na calçada, foi lançada contra uma moto e caiu desacordada."

Algumas parte do livro estão realmente mal escritas e com um duplo sentido que pode deixar o leitor confuso, ou no mínimo, se perguntando "eu realmente li isso?" e voltando para ler e confirmar se realmente aquilo foi escrito. Alguns clichês como briga de rompimento, acidente de carro, coma, amnésia também pode ser encontrada no livro. Não que eu condene clichês, já que, quando bem aplicados, eles se tornam bem interessante para serem trabalhados na jornada do herói.  Porém, quando apenas "jogada ao leu" em uma história, ela pode se tornar monótona e estragar a narrativa. No caso desse livro, achei que foi desnecessário o uso de tanto clichê seguido nos capítulos e que isso desvirtuou a personalidade da protagonista, já que no primeiro momento ela foi dita como uma mulher independente e autoritária. Com isso, ela foi apenas vista como frágil e instável, coisa que me fez pensar se a personagem sofria de algum transtorno de personalidade por tanta oscilação de temperamento.

Posteriormente, o livro consegue ainda ser mais cheio de clichês típicos de casais (casamento, gravidez) e isso muda completamente minha visão em relação a protagonista que dá nome ao titulo. É como se a mesma se tornasse uma outra pessoa, completamente diferente dos primeiros capítulos. Nada contra mostrar que debaixo daquela frieza, ela pode ser uma mulher como todas, insegura, romântica... Mas a mudança brusca nessas duas nuances fortalece ainda mais a minha impressão de que ela teria uma dupla personalidade.

Tirando esses pequenos detalhes dos personagens, o livro tem uma leitura rápida, que dura apenas uma sentada mesmo, narrativa bem simples, e a história não tem complexidade, mistério nem nada que dificulte ou que diferencie a narrativa de outras, se torna uma história comum e que pode muito bem acontecer com qualquer um, será? É como se usasse a formula básica do gênero, sem dá uma atração e novidade a mais para o enredo.

O maior estranhamento do livro com a discrepância do inicio com o andar do livro é os rumos que a autora tenta dar em sua narrativa. o Ian no inicio tem uma atração carnal e simplória (até como a maioria dos homens tem por uma mulher bonita e gostosa, como dizem), mas depois tenta dá um rumo tão romântico que essa mudança é gritante e estranha a leitora. O livro é indicado para o publico feminino e esse inicio cru e sem um pingo de romantismo pode afastar as leitoras, principalmente pensando pela capa que trás ideia de sedução e poder, uma coisa que se tem na metade do livro e se perde completamente no final.

Se a intenção da autora fosse simplesmente esse jogo de sedução carnal, ela conseguiu no inicio mas deslanchou no final, e se fosse algo romântico, o começo deveria ter sido completamente reformulado ou ignorado. A questão é que ela não conseguiu se mantar e causa essa mudança estranha do meio para o final, o que afasta leitores que gostam do gênero e que até quem nunca leu o gênero, mas que adoraria conhecer por achar a capa bonita. Se você for uma leitora que quer conhecer o gênero, não aconselho começar com esse titulo em questão, mesmo a capa sendo bastante atrativa, pois a narrativa pode ser decepcionante e não te mostrar o quanto esse gênero pode ser interessante (e fazer o contrário, você simplesmente correr do gênero e não querer mais ler nada disto). 

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1 recados

  1. Que resenha é essa. ADOREI SUA RESENHA. Amei como vc descreve o livro. Amo livros hot e sinceramente é difícil saber pra que rumo a história vai levar. E vc deixou muito explicado que a história não ficou de seu agrado. A capa realmente é linda.

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