Eu te Darei o Sol || Resenha
Escrito por Miaka Freitas - segunda-feira, dezembro 07, 2015
*Resenha publicada primeiramente no blog As Catarinas, da Fernanda Bizerra e colaboradora.
Ao primeiro momento, no anuncio de lançamento do livro, não
tive um pingo de interesse em ler nem ao menos a sinopse para conhecer o livro,
confesso. O titulo e a capa me deu outras impressões e julguei o livro com um
gênero e história totalmente diferente. Tola fui eu ao achar que o livro era
outra coisa sem nem ao menos me dá o trabalho em ler sua sinopse.
Após o tempo, um amigo, blogueiro também, começou a leitura
desse livro e qual minha surpresa em ele comentar o livro e falar tão ruim dele
logo no inicio? E esse foi o estopim de eu querer ler esse livro e viver
pedindo pra ele me passar o mesmo. Acontece que ele não me passou, mas a
Fernanda me deu a chance de ler e ele e agora eu vou poder falar para vocês
todas as minhas considerações.
Posso dizer logo de cara que eu adorei o livro. Amei. Realmente não era nada que eu tava imaginando
a princípio quando julguei (erroneamente) o livro por seu titulo e capa.
O livro é um romance, que fala muito mais do amor familiar,
principalmente o amor de dois irmãos que sempre foram unidos até uma fissura na
estrutura deles: a morte de sua mãe. O livro é um vai e vem no tempo (o que no
inicio me deixou confusa para me situar na leitura, confesso), mostrando
pensamentos e o modo de ver, agir dos protagonistas antes e depois da tragédia.
E mesmo vendo o ponto de vista dos dois irmãos (um casal de gêmeos),
você vê o quanto a história pode ter dois lados, pode ter mentiras e verdades
mal contadas e o quanto ela pode se tornar complexa, exatamente como a nossa
vida. Noah e Jude nos mostram partes do que sabem e parte do que acham que
sabem. E por seus olhos vemos o quão é raro tudo que tem certeza e que, o que
achamos que é só a beira do mar, na verdade é fundo, tão fundo que se torna
abissal.
O que me fez mais gostar do livro é o tanto de coisas que
ele pode tratar, separação dos pais, o homossexualismo, a mudança da fase entre
a criança para o adolescente, a perda de um ente querido, a traição... E quando
falo de traição, não apenas a traição conjugal, mas sim a traição de ideais, da
moral, do coração em relação a razão e por aí vai.
O tanto de coisas que o autor pode tratar num único livro é
fabuloso e o que mais me atraiu e a complexidade da vida humana e todos esses
sentimentos em conflito. E que a verdade pode mudar dependendo da lente que usa
para vê-las. O livro foi uma experiência única e eu adorei poder tê-la. Com
certeza se o autor tiver outro livro na pegada deste, eu estarei na fila para a
compra, pois já virei fã.
E que logo dizer, que mesmo sendo uma narrativa complexa mas
leve, sem assassinatos, traições, poderes e magia (como muitas ficções e
fantasias que estamos tão acostumados em consumir), dedico a leitura apenas a
aqueles livres de preconceitos, que se despidam e leiam nu, sem morais da
sociedade ou de alguma religião e que encare o livro como uma forma de rever
seus preceitos e antes de tudo como uma experiência, mesmo que inquietante. Não
julgue ele por seus assuntos abordados, mesmo que para isso sua moral cívica
diga que é errado e que se devia queimar o livro numa fogueira, as vezes um
livro não é para uma leitura divertida apenas e sim para provocar aquela
sensação de inquietude e mudar seu comportamento perante algo. E em tempos como
os atuais, discutir esses assuntos é válido, até demais!
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