[Resenha] A Rainha Vermelha
Escrito por Miaka Freitas - sexta-feira, setembro 04, 2015
Estava ansiosa, demais por esse lançamento.
Muitos leitores usaram e abusaram de elogios a falar dessa
obra e isso me deixou com mais expectativas.
Expectativas... Oh palavrinha ruim demais. Cria tanta
ansiedade e misticismo em torno do titulo, para quando ler apenas quebrar a
cara. Não irei comparar esse livro com A Seleção ou Jogos Vorazes da vida, já
que são sagas que ainda não tive oportunidade (nem curiosidade) de ler. Porém
serei 100% honesta em minhas impressões.
O titulo do livro já é um baita spoiler e o enredo é previsível.
De acordo com a leitura, em menos das 100 primeiras páginas, você tem uma ideia
de tudo que acontecerá (e até arrisca em dizer como acontecerá).
Em outras oportunidades (e até no vídeo vlog que gravei) eu
tenho falado que são poucos os livros que fazem os lábios se desprenderem para
um UAU! e que seja um enredo surpreendente, de prender o leitor (daqueles que
você começa na segunda a noite e quando percebe o sol de sexta já está
nascendo).
A história do livro é sobre uma luta de classes, digamos
assim. Tem o proletariado, que é a maior parte da população, conhecido no livro
como Vermelhos. Por serem comuns, são os trabalhadores, são as engrenagens que
fazem o estado funcionar. Apesar de serem a maior parte da população, vivem
marginalizado em favelas e sofrem a exploração da alta sociedade, aqui
representada pela palavra Prateados. Porque não se rebelam? Essa resposta é
fácil.
Assim como aprendemos em boa parte da história do mundo, o
poder fica na mão de poucos. E muita das vezes esse poder é protegido por força
bruta, sendo imposto o medo na população, para que a massa seja controlada e
não se revolte a esse pequeno grupo dominante. Aqui em A Rainha Vermelha não é
diferente. Os prateados se exibem a força e o poder (literalmente poder, já que
eles parecem o X-men, só que sem o professor Xavier) em ações e eventos onde os
vermelhos sempre são obrigados a comparecerem, assistirem e torcerem. É uma
sociedade hierarquizada e regida por poder bruto e hereditariedade, já que no
decorrer da história de nossa protagonista, vemos que até dentre a rica prole
de prateados, os mesmos tem uma hierarquia entre as famílias e poucas são as
mudanças que dá para se fazer aonde nasceu.
Mas a história muda e uma revolução é iniciada, e já vem
deste de um tempo até se revelar e nossa protagonista pode ser apenas o estopim
para algo grande acontecer. Pelo menos é isso que eu queria acreditar ao ler
esse livro. Ela é uma vermelha de nascença, mas diferente de seus amigos e
familiares, ela não é uma vermelha comum. Nem vermelha nem prateada, algo que
junta os dois e consegue ser mais forte. Para quem ainda não entendeu, ela tem
poder igual a um prateado. Porém diferente dos manipuladores prateados, ela
cria o poder. (sim, mais uma vez os prateados lembraram Avatar, A Lenda de Aang
onde as pessoas controlam/manipulam elementos).
Ela logo tenta ser mascarada pelos prateados, para não ser a
bandeira de uma revolução. Mas ela não quer ser usada pelos prateados (mas a
raiva sobe em mim quando ela se deixa ser usada pelos revoltados vermelhos). O
que era para ser uma protagonista chave, que poderia mudar o mundo, usar as
coisas ao seu favor, se revela mais lerda e burra da trama. É usada por todos e
não faz nada de útil o livro inteiro. Ainda tem a melhor citação do livro
"Todo mundo pode trair todo mundo", que prova que as tramas do livro
pode ser um pouquinho parecido com Game of Thrones para adolescentes.
Porém sem o brilho de uma trama complicada em estilo teia de
aranha, onde você é surpreendido a cada página,
A Rainha Vermelha segue em uma história completamente linear que chega a
ficar besta por não tentar usar um pouco de raciocínio do leitor (como eu disse
antes, é totalmente previsível).
Eu sei que é complicado, e parece até um paradoxo onde eu
estou fazendo uma resenha totalmente negativa, mas digo aqui no final que o
livro é bom. Digo que é bom, pois a leitura é rápida e até gostosa de se fazer,
você até poderá perder um pouco a noção do tempo lendo o livro, de tão fluído é
a leitura. Mas o livro está longe de ser uma referência de originalidade, pelo
menos na minha opinião. Totalmente cheio de clichês e algumas pessoas pela
internet afora até acusa um plágio aqui e outro lá porque lembra uma ou outra
série, livro, filme etc. Sei que é difícil fazer algo 100% original, sem
clichês, até porque a base da jornada do herói tem seus clichês firmados, mas
ainda sim, quando o autor sabe trabalhar e tem um verdadeiro talento, ele pode
usar até os clichês de forma original e não apenas um punhado de coisas. Rainha
Vermelha, em alguns momentos pareceu uma fanfic rápida que mistura várias
coisas boas de vários universos em um próprio.
Senti falta de algo a mais. Uma coisa que despertaria em mim
a sensação de UAU!, eu nunca tinha visto isso em livro nenhum. A cada vez que
me aproximava mais do final, sentia um sentimento de que algo estava faltando
naquele livro. Rodeado de clichês, no mínimo um a cada capitulo, o livro passa
um pouco longe em quesito originalidade e me deixa um sentimento de frustração,
pois pelo hype, comentários e super elogios que escutava a todos os cantos da
internet, esse livro deixou (e muito!) a desejar.
*********** CONSIDERAÇÕES FINAIS ************
Vi que a autora trabalha com roteiros, o que realmente
poderia explicar a falta de prática em um livro, já que parece que o livro é
totalmente pronto para ser feito em filme. Sem falar que os direitos autorais
do livro já foram vendidos para uma produtora e um filme está a caminho (apesar
que eu tenho medo dele ser no estilo do filme Dezesseis Luas, que não foi nem
um pingo aproveitável). Espero que nos próximos livros (já que é uma trilogia),
ela possa fazer algo original e que prenda, senão será abandonado por muitos
leitores.
As cenas de ação do livro são bem explicadas e detalhadas, o
que dá um ponto positivo na leitura.
5 recados
Concordo com tudo o que você disse. O livro é bom, mas não é ótimo. Senti que ele prometia muita coisa, mas não cumpriu.
ResponderExcluirAinda assim gostei.
Eu também senti uma promessa não cumprida na leitura... Isso que dá ir com muita sede no pote =/
ExcluirBeijinhos =*
Volte Sempre!!
Melhor resenha. MINHA OPINIÃO "Acho que só Booktuber ou resenhista que falou bem de 'A Rainha Vermelha' é parceiro(lê-se comprado) por editora. Não tem, não há mínima possibilidade de um leitor com bagagem literária extensa ADORAR IDOLATRAR esse livro". Minha opinião. Muito obrigado por essa maravilhosa resenha. Tudo que eu penso. O livro é frustrante, dá raiva, porque pra mim a premissa era boa e ele tinha tudo pra ser "O LIVRO DE 2015".
ResponderExcluir#GabrielCutrim http://arquipelagoliterario.blogspot.com/
Não vamos ser assim tão radicais (risos).
ExcluirTeve gente que gostou e o livro não é de todo ruim, só com temática mito repetida e cheio de clichês, mas há quem goste.
Ainda quero ver a continuação, com certeza, quero ver se melhora ou piora (mal de leitor talvez).
Pra mim a premissa tbm era boa e tinha tudo para ser um ótimo livro... Infelizmente não foi dessa vez. Mas tenho vários outros lido nesse ano que posso eleger de "O livro de 2015", podemos até fazer uma brincadeira dessa depois em um vídeo juntos, já que estou sabendo que vai investir em seu canal ;)
Beijinhos =*
Volte a comentar SEEEEMPRE!
PS: é uma ordem e.e
Vou comentar sempre. :) E sim, em Dezembro fazemos um vídeo sobre os livros de 2015. <3 #GabrielCutrim
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Beijinhos da Miaka-chan =*