[Resenha] Amazônia - Arquivo das Almas

Escrito por Miaka Freitas - sexta-feira, julho 11, 2014

Sinopse: Em um futuro não muito distante um casal de oficiais, Vitã e Helena, participam de várias campanhas militares. Em todas as oportunidades lutam para defender a grande floresta Amazônica. Eles não imaginam que uma nova missão irá lançá-los na mais espetacular e perigosa das aventuras. O grande enigma começaria dentro da Amazônia, um lugar inóspito e assustador repleto de mistérios e grandes perigos. Após vários confrontos se deparam com as cavernas de Abissínia, na Colômbia, onde encontram a origem do verdadeiro mal e descobrem antigos segredos gravados em inscrições cuneiformes, registradas por outras civilizações pré-diluvianas. 

Tive alguns problemas com esse livro. Pode ter só porque criei expectativas altas em torno dele e algumas coisas saíram frustrantes.

O livro aborda uma temática que mistura em seu enredo uma aventura estilo Indiana Jones com pintadas de Star Trek. E isso pode ser percebido ao longo do desenvolvimento da história.

Algumas das coisas frustrantes do livro foi a oscilação da narrativa, que as vezes era detalhada e riquíssimas de informações e outras vezes ficava mediana e básica, o que causava um misto de estranhamento e confusão enquanto eu seguia a leitura.

Outro quesito é a demora demasiada para informar o leitor, fica um suspense maçante em que os heróis ficam “(meio) perdidos” numa perseguição a um problema que não é revelado a eles, muito menos a nós leitores. E isso só muda depois de umas 200 páginas, onde sem mais nem menos, depois que é revelado tudo (realmente jogado em você), as coisas começam a desenvolver rápido demais.

Outra coisa até decepcionante para quem, assim como eu, gosta muito de ação, é que milagrosamente as pessoas conseguem escapar de situações onde daria morte na certa. O que realmente parece ação divina e sorte, fugindo um pouco do que o livro queria mostrar como “pericia militar” dos protagonistas, onde uma é alguém que tem pouca experiência em campo de batalha e já o outro é a figura máster de ações em batalha, mas mesmo assim não chega a ser um deus do céu fazendo as coisas sozinho. Eu achei até meio forçado algumas situações. Mas até que isso (os exércitos que nunca tinham baixas de soldados e o ego enorme de realizar façanhas sozinho) foi consertado mais para o final da ação do livro.

Em contra partida, a história é contada pela visão de um casal de majores, que até então não se conheciam, e que foram escalados para trabalhar juntos em uma importante missão, que aos poucos meio que descobertas por eles quando partem para investigação. Eles servem a base que fica no interior da Amazônia, onde servem para os nativos e para a flora/fauna da floresta, protegendo ambos de perigos que podem ameaçar o santuário.


E ao contar toda essa busca do que está acontecendo, já que se deparam com problemas com nativos (aldeias de índios sofrendo com invasões ou calamidades de saúdes) e outros mistérios escondidos na floresta, o livro vem tratando da humanidade em si. Ele retrata em suas linhas sobre a ganância do homem, sobre o pensamento que leva o homem sempre querer mais e mais poder e esquecer-se de semelhantes. E Paul Fabien trabalha isso de uma forma bem interessante quando fala de um império maléfico que só deseja uma coisa: poder.

Outra parte bem fofa e leve é o romance que Paul inclui em sua trama, tanto para suavizar seu trabalho bem feito em caracterização da parte “vilã” do livro, cega e sedenta por poder. Nossos mocinhos enamorados trabalhando juntos e fazendo crescer, em 2º plano, um sentimento verdadeiro que nos é revelado em cada linha, onde faz o leitor pedir por mais.

E o ponto de mais destaque é a SIB 41. Essa nave deveria ser chamada de protagonista. Como é futurística e bem útil, salvou muito nossos oficiais. Lembrei até de uma maquina no meio literário que faz uma baita falta quando você se afeiçoa: o Marvin, de O Guia do Mochileiro das Galáxias. Apesar da SIB ser bem inteligente, ela deveria ter sido colocada um pouquinho de humor para ser ainda mais cativante.

A proposta e idéia do enredo são ótimas, mas na narração dá para perceber alguns deslizes, esses que citei anteriormente e que me incomodaram muito na leitura.

Talvez (e é o que eu espero) é que o livro passe por mais algumas reformulações e revisões e tenha uma 2ª edição. Algo como refinamento de idéias, porque o apresentado mais parece um diamante bruto, precisando ser refinado. E essa segunda edição vai ser feita para o lançamento na Bienal, e realmente espero que seja melhorada nesses quesitos.

A capa do livro tem uma ilustração rica em detalhes, o que poderia ser aproveitado em um trabalho interno, fazendo ilustrações para os capítulos, isso faria um casamento perfeito com a temática que o livro propõe passar ao leitor.

E apesar de todos os prós e contras aqui apresentados, o livro aborda sim uma boa temática que deve ser aproveitada (e melhorada).

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